Com novo head coach, Tupis e Yaras trabalharão em sinergia rumo aos Mundiais

Brasil Rugby inova ao apontar o uruguaio Emiliano Caffera como head coach das duas seleções adultas de rugby XV. Tupis e Yaras iniciam novo ciclo de classificação para a Copa do Mundo e trocarão experiências

 

A contratação do novo head coach (treinador principal) para as Seleções Brasileiras Adultas de Rugby XV, Emiliano Caffera, foi concluída após meses de planejamento e análise conjunta entre Confederação Brasileira de Rugby, Sudamérica Rugby (federação sul-americana) e World Rugby (federação internacional). Entre os critérios para a contratação do novo treinador, a experiência em levar outras seleções à Copa do Mundo era central e Caffera chega para a missão após participar das classificações de Uruguai para o Mundial 2015 e Chile para o Mundial 2023.

“A experiência de ter classificado uruguaios e chilenos à Copa do Mundo foi fator essencial na contratação de Caffera, pois é essa a missão que ele terá com as duas seleções”, explicou o diretor técnico das seleções Josh Reeves. “Teremos muitos aprendizados nas duas campanhas de eliminatórias para a Copa do Mundo. A classificação feminina acontece em 2024 e a masculina em 2025, mas o trabalho começa já para ambas. Nosso objetivo é aprender com erros e acertos das duas seleções e que a experiência que uma seleção teve ajuda a outra seleção a evoluir. É por isso que a ideia de contar com o mesmo head coach para as duas seleções é tão importante para um país emergente como é o Brasil e o World Rugby aprovou a iniciativa. Estamos sendo pioneiros nessa proposta de trabalhar Tupis e Yaras conjuntamente e nossa experiência será monitorado de perto pelo World Rugby, que vê com bons olhos nossa iniciativa, a qual poderia ser replicada para outros países emergentes”, apontou Reeves.

A Copa do Mundo de Rugby feminina acontece sempre dois anos após a masculina, o que significa que o trabalho de classificação para o Mundial ocorre de dois em dois anos. A próxima edição feminina será em 2025, na Inglaterra, enquanto o próximo Mundial masculino será na Austrália em 2027. A federação internacional ainda construiu calendários anuais distintos para as duas categorias, evitando conflitos de datas. Enquanto as Yaras devem ter partidas entre maio e junho, os Tupis terão entre julho e agosto. Depois, as Yaras deverão ir a campo entre setembro e outubro e os Tupis em novembro. “É claro que há diferenças grandes entre os dois programas. O masculino já vive dentro de uma lógica profissional há mais tempo e tem suas necessidades. O feminino tem outras necessidades neste momento e as atletas não são centralizadas, requerendo um trabalho extra de evolução física. É aí que entram nossos profissionais que auxiliarão o Caffera nas comissões técnicas de cada seleção, além do meu trabalho de coordenar o sistema e conectar tudo o que vem sendo feito, pensando numa perspectiva de longo prazo. Porém, são as experiências das duas missões, masculina e feminina, sendo compartilhadas que permitirão avançarmos mais solidamente com as duas seleções. A filosofia de trabalho, o estilo de jogo, tudo será analisado conjuntamente. Criaremos maior sinergia entre Yaras e Tupis no rugby XV”, concluiu Reeves. Novos nomes poderão ainda ser anunciados para as comissões técnicas das duas seleções.

“Este é o primeiro ano que o World Rugby investe globalmente no alto rendimento do rugby XV feminino e somos parte desse investimento estratégico. Além disso, seguimos como nação estratégica também no masculino e as expansões das duas Copas do Mundo, isto é, da masculina de 20 para 24 times e da feminina de 12 para 16 times, nos coloca em posição importante globalmente. É uma grande chance de seguirmos mostrando para o mundo nossa evolução e de nos conectarmos com nosso público e com novas audiências. Alcançar o Mundial é um sonho que nunca esteve tão próximo e o desafio que o Caffera terá é o de fazer as duas seleções evoluírem juntas, sinergicamente. Ambas viverão períodos muito intensos de trabalho e experiência muito ricas que beneficiarão a evolução de todo o sistema do rugby brasileiro”, apontou Mariana Miné, CEO da Brasil Rugby. “Sermos incluídos como país foco de investimento da federação internacional logo no primeiro ano de investimentos no rugby XV feminino é um voto de confiança ímpar e que mostra que estamos no caminho certo”, concluiu.

 

Investimentos em todos os níveis de rugby

A Confederação Brasileira de Rugby também vem garantindo maiores investimentos na base de sustentação do rugby nacional. Em 2023, o rugby juvenil ganhou estímulo ímpar em sua história, com a seleção juvenil masculina disputando ineditamente amistosos além do Campeonato Sul-Americano. Em julho, os Curumins viajaram ao Paraguai com as seleções M18 (sub 18) e M20 (sub 20), antes do M20 ir em novembro ao Sul-Americano. O trabalho foi fortalecido com a evolução do BR XV, o Campeonato Brasileiro de Seleções Regionais de Rugby XV, que contou com as categorias M17 e M19 masculinas e, pela primeira vez na história, M19 feminina. O investimento também se deu em projetos que ajudam os clubes a evoluíram na base, com o projeto Nina, focado no rugby feminino de base, e o projeto Vem Pro Rugby impactando mais de 30 clubes pelo país, além da parceria em São Paulo com o SESI que está desenvolvendo a base em 8 clubes do estado.

No rugby adulto, todas as regiões do país estão sendo impactadas por competições de rugby XV. O Campeonato Brasileiro, o Super 12, avançou com 12 clubes de quatro estados diferentes e uma segunda divisão, o Acesso, com mais 12 clubes de cinco estados. Complementando o calendário, a Brasil Rugby ainda criou neste ano a Copa do Brasil, competição mata-mata entre todos os campeões estaduais e regionais, dando espaço para clubes do Norte, Centro-Oeste e Nordeste.

Todo esse sistema de competições e projetos alimenta o SIFT, o sistema de identificação e formação de talentos, que alimenta as seleções nacionais e que seguirá em evolução com o novo trabalho, aproximando clubes, seleções regionais e seleções estaduais. “Para nós, a aproximação de todo o sistema, com as seleções bem conectadas com clubes e com seleções regionais garantirá um crescimento sustentável para nosso rugby. Mais do que isso, agora estimulado pelo cenário internacional favorável, que abriu grandes oportunidades para o rugby XV, com Tupis e Yaras nunca antes tão próximos de chegarem ao Mundial”, avaliou Mariana Miné, CEO da Brasil Rugby. “O momento é agora, com a chance de chegarmos a novas competições, almejamos atingir novas audiências, novos fãs, ao mesmo tempo que fortalecemos nosso rugby doméstico e estreitamos os laços com a comunidade”, complementou.