Brasil Rugby apresenta novo treinador de olho em vagas nas próximas Copas do Mundo

Com experiência em três Mundiais, uruguaio Emiliano Caffera chega ao Brasil como novo head coach de Rugby XV dos Tupis e das Yaras, as seleções brasileiras masculina e feminina

 

A Confederação Brasileira de Rugby tem novo treinador para as seleções brasileiras masculina e feminina de rugby XV: é o uruguaio Emiliano Caffera, que foi auxiliar técnico (treinador de linha) da seleção do Uruguai na Copa do Mundo de 2015, além de ter disputado a edição de 2003 do Mundial como jogador. Em 2023, Caffera foi o treinador de defesa do Chile, que debutou na Copa do Mundo deste ano.

O uruguaio de 45 anos chega ao Brasil com a missão de colocar os Tupis e as Yaras de vez na luta por vagas na Copa do Mundo. O momento é propício para o sonho brasileiro, uma vez que a federação internacional expandiu tanto a Copa do Mundo masculina como a feminina para as próximas edições. A próxima edição será a feminina, em 2025, na Inglaterra, com 16 participantes (incluindo uma seleção sul-americana, que será conhecida em 2024). Já a próxima edição masculina, em 2027, será na Austrália e contará com 24 times, feito muito celebrado pela comunidade do rugby nesta semana, quando a novidade foi revelada.

“Tenho grandes expectativas e são justamente os desafios que a Brasil Rugby me propôs que me estimularam a dizer sim para este projeto. Será muito duro, como sempre é o trabalho de se classificar a uma Copa do Mundo, mas faremos todo o possível para colocar o rugby brasileiro no lugar mais alto possível”, comentou Emiliano Caffera, que passou por um processo seletivo desenvolvido ao longo de três meses, pensado no longo prazo e que envolveu 55 treinadores de 17 países diferentes.

O sistema das seleções nacionais é coordenado hoje pelo diretor técnico Josh Reeves, neozelandês com história pela seleção brasileira e que segue também no comando do Cobras Brasil XV, a franquia brasileira no Super Rugby Américas, a liga profissional do continente. Caffera chega para as seleções de rugby XV com o objetivo de elevar Tupis e Yaras a um novo patamar.

“Abrimos um processo de contratação junto da World Rugby e Sudamérica Rugby e entrevistamos muitos nomes. Emiliano chega para as duas seleções de rugby XV e trabalhará junto comigo. Queríamos alguém com experiência de qualificação para a Copa do Mundo e o Emiliano tem no currículo seu trabalho levando Uruguai e Chile ao Mundial, trazendo um excelente nível técnico para nosso sistema. Emiliano será responsável por todos aspectos técnicos das duas seleções. Com essa contratação, apesar de continuar trabalhando tecnicamente com os dois times, eu vou poder fazer mais trabalho coordenando as seleções, executando os objetivos estratégicos da Confederação” comentou Josh Reeves.

“Estamos planejando os nossos próximos grandes compromissos. O aumento da Copa do Mundo para 24 times no masculino e para 16 times no feminino fazem com que essas duas classificações sejam nosso foco e estamos muito animados para o Emiliano assumir ambas seleções com esses desafios em mãos”, complementou o diretor técnico. Outro desenvolvimento importante do World Rugby nas últimas semanas foi a separação dos calendários internacionais de rugby XV masculino e feminino, com as datas dos eventos principais das duas categorias não conflitando.

Novos nomes poderão ainda ser anunciados para a comissão técnica das duas seleções, mas já está confirmado que o sul-africano AK Southey seguirá como auxiliar técnico das Yaras.

 

Copa do Mundo de Rugby quebrando recordes

A Copa do Mundo de 2023, masculina, foi a 10ª na história e bateu recordes de audiência, vendas de ingressos e de produtos, além de engajamento nas redes sociais. Já fora mais de 1,8 milhão de ingressos vendidos, com mais de 1,1 bilhão de interações nas redes sociais oficiais da competição. Enquanto isso, a Copa do Mundo de 2021, feminina (realizada em 2022), foi a maior entre as mulheres na história. Disputada na Nova Zelândia com 12 seleções, teve seu recorde de ingressos vendidos, com nunca antes vistos 42 mil espectadores na grande final entre Nova Zelândia e Inglaterra.

Com o crescimento das duas competições, a expansão para novas países é estratégica. Para o Mundial masculino, a edição de 2023 foi histórica ao contar pela primeira vez com três seleções sul-americanas (Argentina, Uruguai e Chile). Em 2027, com 24 países, a expectativa é de mais equipes das Américas, com a divisão de vagas por continentes ainda a ser anunciada. Na edição 2023, que contou com 20 participantes, 18 dos 20 países melhor ranqueados estiveram presentes. Apenas Estados Unidos (18º do Ranking) e Espanha (19ª) ficaram de fora. O 21º e o 22º colocados, Namíbia e Chile, também se classificaram. O 23º, Canadá, o 24º Hong Kong China, a 25ª Rússia (hoje suspensa por conta da guerra na Ucrânia), o 26º Brasil e a 27ª Holanda são no momento os principais aspirantes às novas vagas. Para o Mundial feminino de 2025, a América do Sul terá uma vaga pela primeira vez na história, que será decidida em 2024 entre Brasil e Colômbia.

“Para nós, a aproximação de todo o sistema, com as seleções bem conectadas com clubes e com seleções regionais garantirá um crescimento sustentável para nosso rugby. Mais do que isso, agora estimulado pelo cenário internacional favorável, que abriu grandes oportunidades para o rugby XV, com Tupis e Yaras nunca antes tão próximos de chegarem ao Mundial”, avaliou Mariana Miné, CEO da Brasil Rugby. “O momento é agora, com a chance de chegarmos a novas competições, almejamos atingir novas audiências, novos fãs, ao mesmo tempo que fortalecemos nosso rugby doméstico e estreitamos os laços com a comunidade”, complementou.