Por vaga na liga mundial feminina de Rugby XV, Brasil segura Colômbia em placar mínima e decidirá vaga no domingo

Primeiro de dois jogos contra a Colômbia, em Medellín, ocorreu nesta quarta-feira, com as colombianas vencendo as brasileiras por 24 a 23. O segundo jogo também será em solo colombiano, mas o Brasil precisará apenas de de vitória simples para ir ao WXV

 

O rugby feminino de 15 jogadores é o destaque desta semana na América do Sul. Brasil e Colômbia decidem em melhor de duas partidas, ambas em Medellín (Colômbia), a vaga sul-americana no novo WXV, a liga mundial feminino, que terá sua temporada inaugural em outubro deste ano. O primeiro embate foi nesta quarta-feira, dia 5, e as Tucanas colombianas saíram na frente por vantagem mínimo ao vencerem as Yaras por 24 a 23. O resultado não é ruim para o Brasil, que precisará de vitória por apenas 2 pontos no jogo decisivo no próximo domingo, dia 9.

O jogo começou positivo para as brasileiras, que tiveram mais volume de jogo nos minutos iniciais e abriram o marcador com penal chutado pela amazonense Lohana. No entanto, as colombianas responderam logo e puniram os erros brasileiros com dois tries seguidos. O primeiro com Álvarez, após quebra da linha defensiva brasileira e offload de Ramirez dando a assistência. Já o segundo veio na força das avançadas da casa, com Gutierrez marcando no pick and go. A situação parecia piorar para as Yaras com o cartão amarelo na sequência para Pipoca. Porém, mesmo com 14 jogadoras em campo por 10 minutos, o Brasil foi capaz de reagir e Edninha arrancou para um try crucial que colocava as brasileiras novamente no páreo.

A Colômbia ainda respondeu rápido com penal certeiro de Arzuaga e a indisciplina se provou um problema no segundo tempo com novo amarelo contra as brasileiras, agora para Milena. O terceiro try colombiano saiu antes da pausa, outra vez na qualidade do jogo de contato com Álvarez cruzando o in-goal no pick and go. 21 a 8 na pausa.

A história foi outra no segundo tempo e o Brasil começou fulminante com try da pilar Taís, atropelando a defesa colombiana em jogada muito bem conduzida pela scrum-half que acabaram de entrar, a veterana Luiza, campeã sul-americana com a seleção de sevens no mês passado – e classificada aos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

As Tucanas responderam com novo penal certeiro de Arzuaga, que foi 100% no jogo nos chutes, mas o amarelo a Cuartas freou a reação colombiana. As Yaras passaram a dominar o jogo territorialmente, tendo maior volume até o fim. O Brasil teve fartas chances de marcar, mas somente aos 65 minutos mexeu no placar com penal certeiro de Lohana. Embaladas no fim, as Yaras aproveitaram novo amarelo colombiano (a Sarmiento) para flertarem com a vitória. Aos 75 minutos, a fases na zona de 22 metros de ataque foram premiadas com Bodeman chutando para o in-goal para o mergulho de Lohana, que marcou o try que poderia dar a virada ao Brasil. No entanto, a última conversão não entrou, dando a vitória às colombianas – porém, oferecendo a confiança ao Brasil de que uma vitória no domingo é plenamente possível.

“Foi uma partida muito dura com oportunidades para os dois lados. A Colômbia foi mais precisa e agora vamos trabalhar para buscarmos a vitória no domingo”, comentou Íris Coluna, uma das capitãs do Brasil.


O que é o WXV?

O rugby XV (o rugby de 15 jogadoras) está os grandes focos hoje da federação internacional de rugby (World Rugby). A entidade garantiu a expansão da Copa do Mundo para 16 times em 2025 e criou o WXV, uma nova liga mundial a ser disputada anualmente (exceto nos anos de Copa do Mundo, que é jogada de 4 em 4 anos). O WXV terá 18 seleções e a América do Sul garantiu uma vaga direta tanto no WXV como na Copa do Mundo.

O vencedor de Brasil e Colômbia jogará o WXV 3 entre os dias 14 e 28 de outubro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Pela frente do time sul-americano estarão dois europeus (Irlanda e a perdedora de Itália contra Espanha), a vice campeã africana (Quênia), a vice campeã asiática (Cazaquistão) e a vice campeã das Ilhas do Pacífico (Fiji).

As duas competições garantem estímulo ao rugby feminino no mundo todo e, com isso, a Confederação Brasileira de Rugby já lançou no ano passado o BR XV, o Campeonato Brasileiro de Seleções Regionais de Rugby XV, cuja edição 2023 terá sua final logo após os jogos em Medellín.

 

24 x 23

Jogo 1 – 05/07 – 🇨🇴Colômbia 24 x 23 Brasil🇧🇷

Árbitro: 🇦🇷Federico Solari | Assistentes: 🇦🇷Federico Longobardi  e 🇦🇷Nicolás Cotic

Local: Estádio Cincuentenário – 🇨🇴Medellín

🇧🇷Brasil

Tries: Edna, Taís e Lohana

Conversões: Lohana (1)

Penal: Lohana (2)

15 Patrícia Bodeman, 14 Lohana Valente, 13 Edna Santini, 12 Amanda Araújo, 11 Ana Júlia Dias, 10 Marina “Tchoba” Fioravanti, 9 Aline Mayumi, 8 Íris Coluna (c), 7 Letícia Medeiros, 6 Milena Mariano, 5 Grasiele Bomfim, 4 Ana Carolina Santana, 3 Patrícia “Pipoca” Lima, 2 Tainá “Tatá” Amorim, 1 Taís Gomes;

Suplentes: 16 Júlia Leni, 17 Carolina Palazzini, 18 Franciele Barros, 19 Natália Momberg, 20 Eshyllen Coimbra, 21 Luiza Campos, 22 Paula Sarmento, 23 Ariely Faria;

Treinador: AK Southey

🇨🇴Colômbia

Tries: Álvarez (2) e Gutierrez

Conversões: Arzuaga (3)

Penal: Arzuaga (1)

15 Laura Diosa, 14 Leydi Garcia, 13 Luisa Zurique, 12 Leidy Soto, 11 Maria Arzuaga, 10 Camila Lopera, 9 Andrea Ramirez, 8 Valentina Alvarez, 7 Angela Alzate, 6 Valeria Cuartas, 5 Paola Delgado, 4 Laura Aguilar, 3 Carolina Naranjo, 2 Silvia Olave, 1 Natalia Barajas;

Suplentes: 16 Tatiana Delgado, 17 Natalia caisedo, 18 Camila Cardona, 19 Sara Velez, 20 Tatiana Hernandez, 21 Estefania Sarmiento, 22 Isabel Ramirez, 23 Valentina Tapias;

Treinadora: Lissette Martinez

 

Foto: @pupila_agencia_creativa / @chavelarf2000