Seleção Brasileira Feminina de Rugby XV viaja à Holanda de olho na Copa do Mundo de 2025

Yaras enfrentam os Países Baixos em dois test matches (jogos valendo pontos no Ranking Mundial) nos dias 28 de novembro e 4 de dezembro, em Amsterdã. Serão os primeiros jogos do Brasil após a classificação inédita para a Copa do Mundo

 

A Seleção Brasileira Feminino de Rugby XV viverá um 2025 história com a inédita participação na Copa do Mundo, que será realizada em agosto e setembro na Inglaterra. A preparação das Yaras avançará neste mês com os primeiros jogos internacionais desde a classificação brasileira. O Brasil conquistou sua vaga em junho ao derrotar a Colômbia e nesse sábado, dia 23, a seleção embarca para a Holanda, onde enfrentará a seleção local em dois amistosos nos dias 28 de novembro e 4 de dezembro. Os duelos contra as holandesas valerão pontos no Ranking Mundial, com o Brasil hoje ocupando o 41º lugar e os Países Baixos o 16º. Duas vitórias brasileiras levariam as Yaras ao 27º ou 25º lugar, dependendo da margem de pontos. 

A diferença atual de ranqueamento se da pela juventude da Seleção Brasileira. O jogo será marcante porque pela segunda vez na história o Brasil visitará os Países Baixos, com a primeira vez tendo sido em 2008, quando as holandesas venceram por 10 a 0 naquele que foi o primeiro jogo oficial da história da Seleção Brasileira Feminina de Rugby XV. Depois de 2008, a seleção só voltou a ser formada em 2019, com a Confederação Brasileira de Rugby iniciando o projeto de classificação à Copa do Mundo. No Rugby Sevens, a força das Yaras é conhecida, com o Brasil tendo disputado todos os Jogos Olímpicos desde 2016 e todas as Copas do Mundo da categoria na história, além de ter medalhado nos Jogos Pan-Americanos. Para o Rugby XV, a Confederação investiu na criação do Campeonato Brasileiro (BR XV, com categorias adulta e juvenil), em projetos de fomento às categorias de base (como o Nina, que empodera meninas a se iniciarem no rugby) e no fortalecimento da estrutua das Yaras, com staff técnico experiente em Copas do Mundo.

Emiliano Caffera, treinador das Yaras, tem no currículo três participações na Copa do Mundo masculina: 2003, como atleta do Uruguai, 2015 e 2023, como assistente técnico de Uruguai e Chile, respectivamente. O treinador comentou a importância dos jogos em Amsterdã para a evolução do grupo: “Faremos dois duelos muito bons com a Holanda e isso nos permitirá analisar as atletas que atuam no exterior e que convocamos para os jogos. Estamos em ritmo de preparação para a Copa do Mundo e esse é mais um passo importante. É ainda um momento importante para nós pois retornaremos à Holanda após muito tempo”. 

Foram convocadas ao todo 29 atletas, das quais 8 chegam do exterior e 12 atuaram pelas Yaras na partida decisiva das eliminatórias para a Copa do Mundo, contra a Colômbia, em junho deste ano. Taís Prioste atua na primeira divisão da França, uma das principais competições do mundo, ao passo que Larissa Henwood, vinda do Japão, tem passagem pelo Campeonato Neozelandês e debutará pelas Yaras. Fran Barros, que atua no rugby português, e Letícia Medeiros, do rugby australiano, retornam, ao passo que Magá Graf, também no rugby australiano, ingressa na seleção. As Yaras ainda contarão com o retorno de três atletas olímpicas que estão no exterior: Edninha Santini, vinda de Portugal, Isadora Cerullo, hoje nos Estados Unidos, e Haline Scatrut, da Espanha. As duas últimas defenderam o Brasil nas Olimpíadas do Rio e de Tóquio, enquanto Edninha disputou o Rio 2016.

“Estou muito feliz com a oportunidade de retornar à seleção, reencontrar companheiras e encontrar novas atletas. Estou muito empolgada após três anos afastada, num período de maternidade e agora retorno. Minha rede de apoio me ajudou muito e agora pude voltar à jogar. Muito bom ter esse apoio e confiança da comissão técnica e estou muito emocionada. São vários sentimentos misturados, mas vamos com tudo representar da melhor forma possível o rugby brasileiro”, comentou Haline, celebrando esse momento de retorno às Yaras. 

Entre as que atuam no rugby brasileiro, Luiza Campos é outra olímpica, que jogou no Rio e em Tóquio e esteve no elenco de Paris, é uma das referências do grupo, ao passo que a capitã Eshyllen Coimbra, que jogou a Olimpíada de Tóquio, completa a lista seleta das atletas olímpicas. 

Os jogos terão transmissões pelo YouTube, a serem em breve anunciadas.

 

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🇳🇱Países Baixos x Brasil🇧🇷

Dias: 28/11 e 04/12

Local: NRCA – Amsterdã, Países Baixos

 

Convocadas:

Samara “Samy” Vergara – Pasteur (SP)

Patrícia “Pipoca” Oliveira – Melina (MT)

Júlia Leni – Curitiba (PR)

Isabela Gomes – São José (SP)

Pamela “Temps” Santos – Charrua (RS)

Giovana “Gi Lomu” Pires – Jacareí (SP)

Eshyllen Coimbra – El-Shaddai (RJ)

Dayana Dakar – Niterói (RJ)

Letícia Ferreira – Melina (MT)

Amanda Renata Welter – Curitiba (PR)

Íris Coluna – Poli (SP)

Mariana Moreira – Jacareí (SP)

Aline “Yu” Mayumi – Pasteur (SP)

Luiza Campos – Charrua (RS)

Fernanda Tenório – El-Shaddai (RJ)

Letícia “Tixa” Martins – Poli (SP)

Cláudia Vitória Beltran – Melina (MT)

Fernanda Godói – São José (SP)

Carolyne Katrine Pereira – Delta (PI) | GRUA (AM)

Natália “Poke” Rosa – Pasteur (SP)

Lohana Valente – Delta (PI) | GRUA (AM)

Maria Gabriela “Maga” Graf – Sunshine Coast Stingrays | Queensland Country Orchids (Austrália)

Franciele Barros – Sporting (Portugal)

Taís Prioste Gomes – Bobigny (França) 

Letícia Medeiros – Bond University (Austrália)

Larissa Lima Henwood – Pukekohe (Nova Zelândia)

Haline Scatrut – Shamrock (Espanha)

Edna Santini – São Miguel (Portugal)

Isadora “Izzy” Cerullo – Santa Monica (EUA)

 

Foto: Fotojuomp