Tupis prontos para duelo contra o Chile de olho na Copa do Mundo de Rugby de 2027
Seleção Brasileira Masculina de Rugby XV enfrentará o Chile, no domingo (dia 6), fechando a 1ª fase das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2027. Jogo será no Estádio de La Pintana, em Santiago (Chile), às 15h30 (hora local e de Brasília), com ESPN3 e Disney+ ao vivo
Um dos grandes clássicos do rugby sul-americano agitará o domingo, dia 6. Brasil e Chile duelarão pelo encerramento da primeira fase da zona sul-americana das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2027. Tupis e Cóndores já estão garantidos na fase decisiva da América do Sul, com brasileiros e chilenos duelando no ano que vem na fase de semifinais da competição.
Com isso, a partida desse domingo valerá por pontos no Ranking Mundial, que serão determinantes para decidir quem decidirá as semifinais em casa, pois quem terminar 2024 na frente terá a vantagem. O ano ainda será encerrado com o Brasil fazendo dois amistosos contra Hong Kong China em novembro, no mesmo mês quando o Chile enfrentará amistosos contra Países Baixos e Canadá. Tais partidas também contarão pelo Ranking Mundial.
A rivalidade entre Brasil e Chile é das mais acaloradas do rugby do continente. Nos últimos dez anos, foram 10 partidas oficiais, valendo pontos no Ranking Mundial, entre as duas seleções, com 5 vitórias brasileiras, 4 vitórias chilenas e 1 empate. No último duelo foi em 2021, com vitória chilena por 23 a 13. Desde então, foram ainda jogadas outras quatro partidas adultas, sem valerem pontos no Ranking e com elencos mesclando titulares e reservas, com 3 vitórias chilenas (todas em 2022) e 1 brasileira, no único duelo de 2023 (27 a 12 para os brasileiros). A última vitória brasileira em Santiago foi em 2018, por 16 a 14.
Com o Chile tendo se classificado para a Copa do Mundo de 2023, o favoritismo passou a pender para o lado dos Cóndores e os Tupis sabem que o caminho para uma inédita classificação brasileira à Copa do Mundo exige uma volta por cima no embate direto com o rival. Não por acaso, o duelo de 2024 ganha sabor especial. “Expectativa alta para o jogo. Os dois times chegam vindos de bons resultados no meio do ano, mas a pressão está do lado deles. Faremos nosso melhor e veremos o resultado. Será uma guerra com certeza e a rivalidade cresceu nos últimos anos”, falou Cléber “Gelado”, capitão do Brasil.
Em 2024, o Brasil já fez três jogos oficiais, com derrota por apenas 26 a 25 contra Hong Kong China e vitórias sobre Bélgica (47 a 25), em amistoso, e Paraguai, pelas eliminatórias (77 a 17). Já o Chile foi superado pela Escócia (52 a 11) e venceu Hong Kong China (22 a 17), Bélgica (33 a 5), em amistoso, e o também bateu o Paraguai pelas eliminatórias (64 a 0).
“Foi uma boa semana de treinos e será o jogo mais complicado que teremos neste ano. A expectativa é por em prática o que treinamos, já que nossos treinos foram em ritmo de jogo. Será uma partida parelha e vamos pela vitória”, comentou Emiliano Caffera, treinador dos Tupis, que esteve na comissão técnica do Chile no Mundial de 2023 e jogou, como atleta, a Copa do Mundo de 2003 pelo Uruguai.
Para o duelo de domingo, Caffera apostou na base do time que já vinha jogando nas últimas partidas, mas com algumas novidades. Na linha, João Amaral será utilizado como fullback, enquanto “Zé” Tranquez fará a dupla de abertura e scrum-half com Felipinho. Lorenzo e Robert seguem como a sólida dupla de centros, enquanto nas pontas Ariel terá a companhia de Feijão, que conquistou a titularidade para o embate. Entre os avançados, Adrio de Melo será o oitavo, com Arruda ausente, tendo o capitão Cleber “Gelado” e Matheus Cláudio formando o trio da terceira linha. A dupla de segunda linha é sem novidades com Ben Donald e Gabriel “Fúria”, enquanto a primeira linha terá o pilar “Nelson” Rebolo como destaque, vindo da Major League Rugby norte-americana, ao lado do jovem João Lucas Marino e do experiente hooker Endy Willian, recuperado de lesão.
No banco de reservas, a comissão técnica, que também conta com os assistentes argentinos Maximiliano Bustos (que defendeu a Argentina na Copa do Mundo de 2011 como atleta) e o recém chegado Joaquín Luchetti, apostou no bomb squad, isto é, em ter um banco com 6 avançados e 2 atletas da linha. Spaguinho e o experiente Moisés (atleta com mais jogos na história dos Tupis) são os reservas da linha, enquanto entre os forwards estão Henrique, Brendon e Levy para a primeira linha, Paganini para a segunda linha, Felipe Rosa, vindo do rugby português, como opção para segunda e terceira linhas e “Rafael “Latrell” para a terceira linha.
Em 2025, as semifinais das eliminatórias serão Brasil contra Chile e Uruguai versus o vencedor do duelo entre Paraguai e Colômbia. Os vencedores das semifinais duelarão na final e quem for campeã garantirá vaga direta na Copa do Mundo. Quem for vice campeão, enfrentará o quarto colocado da zona do Pacífico por outra vaga na Copa do Mundo. A zona do Pacífico é composta pelas seleções de Samoa, Tonga, Estados Unidos e Canadá. Quem perder irá à Repescagem Mundial, que valerá a última vaga na Copa do Mundo.
Já os perdedores das semifinais sul-americanas também duelarão pelo terceiro lugar e quem vencer irá à Repescagem Mundial, que contará com quatro participantes: além do 3º colocado da América do Sul e do perdedor de Pacífico versus América do Sul, a Repescagem contará com o 5º colocado da Europa e o vencedor do embate entre o vice da África e o vice da Ásia.
A Copa do Mundo de 2027 contará com 24 seleções pela primeira vez na história. Já estão classificados os 12 melhores colocados da Copa do Mundo de 2023 (África do Sul, Nova Zelândia, Inglaterra, Argentina, França, Irlanda, Gales, Fiji, Escócia, Japão, Itália e o país-sede Austrália) e as demais 12 vagas serão definidas pelas eliminatórias, com 4 vagas para a Europa, 3 para o Pacífico, 1 para a América do Sul, 1 entre Pacífico e América do Sul, 1 para a África, 1 para a Ásia e 1 pela Repescagem Mundial. Todos os classificados serão conhecidos até o fim de 2025.
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06/10 – 15h30 – Chile x Brasil, no Estádio de La Pintana, Santiago – ESPN3 e Disney+ ao vivo
Árbitro: Nehuen Jauri Rivero | Assistentes: Adrián Bogado e César Medina | TMO: Ignacio Calle
Brasil: 15 João Amaral (Cobras | SPAC), 14 Victor “Feijão” Silva (Cobras | São José), 13 Lorenzo Massari (Cobras), 12 Robert Tenório (Cobras | Pasteur), 11 Ariel Rodrigues (Cobras | Poli), 10 Lucas “Zé” Tranquez (Cobras | Poli), 9 Felipe Gonçalves (Cobras | Pasteur), 8 Adrio de Melo (Cobras | Pasteur), 7 Matheus Cláudio (Cobras | Jacareí), 6 Cléber “Gelado” Dias (c) (Cobras | Poli), 5 Gabriel “Fúria” Oliveira (Cobras | Jacareí), 4 Ben Donald (Cobras), 3 Wilton “Nelson” Rebolo (Los Angeles, EUA), 2 Endy Willian Pinheiro (Cobras | Curitiba), 1 João Marino (Cobras | Jacareí);
Suplentes: 16 Henrique Ferreira (Cobras | Pasteur), 17 Brendon Alves (Cobras | Pasteur), 18 Levy Marinho (Cobras | Jacareí), 19 Gabriel Paganini (Cobras | Poli), 20 Felipe Rosa (São Miguel, Portugal), 21 Rafael “Latrell” Teixeira (Cobras | São José), 22 Lucas Spago (Cobras | Pasteur), 23 Moisés Duque (Académica de Coimbra, Portugal);
Treinador: Emiliano Caffera
Foto: Sudamérica Rugby