Rugby Sevens abre os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e Brasil estreia no domingo, dia 28

Brasil será representado no Rugby Sevens dos Jogos Olímpicos pela seleção feminina, as Yaras, que estão no Top 10 do mundo. A porta-bandeira do Brasil para os Jogos Olímpicos é a atleta do rugby Raquel Kochhann. Globo, SporTV, Globoplay e Cazé TV transmitirão os Jogos

 

O Rugby Sevens é um dos grandes destaques dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A modalidade ganhou os holofotes com a nomeação de Raquel Kochhann, das Yaras, como a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, que ocorrerá nessa sexta-feira, dia 26, às 14h30, horário de Brasília.

O Rugby é um dos esportes mais populares da França e, por isso, os jogos serão no Stade de France, o maior estádio do país, com capacidade par 80 mil pessoas – e com promessa de casa cheia para a bola oval. O torneio masculino abrirá os Jogos Olímpicos, começando na quarta-feira, dia 24, com a França entre as favoritas pela presença do melhor jogador do mundo do Rugby XV, Antoine Dupont, que migrou para o Rugby Sevens especialmente para jogar as Olimpíadas. Os jogos masculinos serão na quarta (24), quinta (25) e sábado (27). No domingo (28), começará o torneio feminino, com o Brasil sendo representado pela Yaras, que terminaram o Circuito Mundial da modalidade no Top 10 do mundo e vão a Paris sonhando com pela  menos uma fase de quartas de final. Os jogos femininos continuarão na segunda (29) e terça (30).

Modalidade reduzida do Rugby Union, o Rugby Sevens (ou Rugby 7) é jogado por times de 7 jogadores (12 ao todo nos elencos) em campo, em dois tempos de 7 minutos. Com isso, cada equipe fará 2 partidas por dia, o que torna os torneios curtos, com duração de 3 dias. Cada torneio, masculino e feminino, contará com 12 seleções divididas em 3 grupos com 4 times cada, sendo que avançarão às quartas de final os 2 melhores de cada grupo e os 2 melhores 3ºs colocados.

Yaras em campo já no domingo

O torneio feminino do Rugby Sevens contará com a participação do Brasil, que chega aos Jogos Olímpicos pela terceira vez consecutiva na condição de potência hegemônica da América do Sul, sendo as brasileiras 21 vezes campeãs continentais, além de atuais medalhistas de bronze dos Jogos Pan-Americanos. Disputando a elite do Circuito Mundial, o Brasil está no Top 10 da modalidade no mundo e terá pela frente a seleção da casa, a França, e os Estados Unidos, no domingo, além do Japão, na segunda-feira. Antes, na sexta-feira, os holofotes estarão sobre o rugby por conta da porta-bandeira do Time Brasil, Raquel Kochhann:

“Essa sensação de levar a bandeira para o mundo inteiro ver em uma Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras. Trabalhamos muito no Brasil para que o rugby cresça e ganhe seu espaço. Sabemos que a realidade do nosso esporte não é ter uma medalha de ouro por enquanto, apesar de termos esse sonho. Mas sempre vi que quem carrega essa bandeira tem uma história incrível e representa uma grande conquista”, celebra a camisa 10 das Yaras que, junto da capitã Luiza Campos, será a primeira brasileira a jogar três edições olímpicas do rugby.

O grupo C será desafiador para o Brasil, por estrear contra a França, terceira colocada do Circuito Mundial e uma das favoritas a medalha. Na sequência, as brasileiras enfrentarão os Estados Unidos, seleção que as Yaras venceram em 2021, quebrando longo tabu. Na segunda-feira, o Brasil enfrentará o Japão, contra quem as Yaras venceram todas as três partidas disputadas na temporada 2023-24.

“A expectativa é de fecharmos a temporada da melhor forma, confiando em tudo aquilo que construímos até agora”, comentou o treinador Will Broderick, que se despede das Yaras ao final do torneio olímpico. “Trabalhamos o ano todo para construir o ‘jeito brasileiro de se jogar rugby’. Temos que mostrar luta, coragem e conexão, e esta seleção representa todo o rugby brasileiro, todas as trinta atleta que passaram pela seleção na temporada. Será um excelente fechamento para nós e o público pode esperar muita doação em campo”, finalizou.

Nova Zelândia e Austrália encabeçam os demais grupos, sendo as medalhistas de ouro dos torneios olímpicos passados. As australianas venceram o ouro no Rio de Janeiro e as neozelandesas em Tóquio e ambas contam com atletas que foram medalhistas. A Nova Zelândia chega para o torneio como a atual campeã da temporada regular do Circuito Mundial e é favorita em grupo que tem Fiji (medalhista de bronze em Tóquio), Canadá (medalhista de bronze no Rio) e China. Já a Austrália, campeã da fase final do Circuito Mundial em 2024, terá pela frente Irlanda, Grã-Bretanha e África do Sul. As irlandesas são as favoritas à segunda vaga, ao passo que as britânicas são a terceira força, no papel.

O torneio feminino terá em campo cinco atletas que já venceram o prêmio de melhores do mundo: Charlotte Caslick (australiana ouro no Rio 2016), Portia Woodman, Michaela Blyde, Tyle King (neozelandesas, ouro em Tóquio) e Anne-Cécile Ciofani (francesa). Entre os destaques brasileiros, além de Raquel Kochhann e Luiza Campos, Thalia Costa foi Top 5 artilheiras do Circuito Mundial na última temporada e Bianca Silva irá a Paris após ser a artilheira de tries do Brasil em Tóquio. As Yaras contam com 7 atletas que estiveram já nos Jogos Olímpicos: além das quatro citadas, também jogaram em Tóquio Thalita Costa (irmã gêmea de Thalia), Marina Fioravanti e Mariana Nicolau.

A Seleção Brasileira Feminina de Rugby Sevens é conhecida como Yaras, em alusão à sereia da mitologia indígena. No rugby, é tradição todas as seleções terem apelidos oficiais, como por exemplo “Black Ferns” para a Nova Zelândia, “Wallaroos” para a Austrália, e Les Bleues, para a França, nos casos do rugby feminino.

 

Masculino abre os Jogos Olímpicos

O Brasil não estará presente no torneio masculino, mas a competição começará antes do cerimônia de abertura e, com isso, atrairá muita atenção. O grupo A conta com as duas maiores campeãs do Circuito Mundial, Nova Zelândia e África do Sul, que, no entanto, não fizeram uma grande temporada. A Irlanda também está na chave e chega com certo favoritismo após ser vice campeã na temporada regular do Circuito, ao passo que o Japão fecha o grupo como a seleção mais fraca.

No grupo B estão Argentina, campeã da temporada regular do Circuito Mundial e uma das grandes favoritas ao ouro, junto de Austrália, quarta colocada do Circuito, Quênia e Samoa, que correm por fora. Já o grupo C terá a seleção da casa, a França, embalada após ser campeã da fase final do Circuito Mundial. Compete ponto a ponto com os franceses a seleção de Fiji, bicampeã olímpica e sempre uma das favoritas, além de Estados Unidos e Uruguai, que correm por fora.

O torneio masculino contará com Antoine Dupont (França), Hugo Keenan (Irlanda) e Mark Nawaqanitawase (Austrália), como destaques vindos do Rugby XV, além de estrelas do sevens que já foram eleitos melhores jogadores do mundo, como Marcos Moneta (Argentina), Jerry Tuwai (Fiji), Terry Kennedy (Irlanda) e Perry Baker (EUA).

 

Rugby na história dos Jogos Olímpicos

O Rugby foi esporte olímpico com sua modalidade de 15 jogadores (Rugby XV) nos Jogos Olímpicos de 1900, 1908, 1920 e 1924. Foi em Paris que a modalidade de 15 atletas fez sua despedida. O criador dos Jogos Olímpicos da idade moderna, o francês Pierre de Coubertin, foi árbitro de rugby, tendo apitado a primeira final do Campeonato Francês, em 1892. Coubertin foi inspirado pelo reitor da Rugby School, a escola inglesa onde o rugby nasceu, no apoio às competições esportivas e no uso do esporte como ferramenta educacional, que levou à idealização dos Jogos Olímpicos.

Em 2016, o Rugby 7 (Rugby Sevens), com times de 7 jogadores, debutou nos Jogos Olímpicos. No Rio, Fiji foi medalhista de ouro no masculino (naquela que foi a primeira medalha olímpica da história do pequeno país da Oceania). A Grã-Bretanha (ausente de Paris) ficou com a prata e a África do Sul com o bronze. Entre as mulheres, os Jogos do Rio tiveram a Austrália com o ouro, a Nova Zelândia com a prata e o Canadá com o bronze. Já em Tóquio, entre os homens, Fiji voltou a ficar com o ouro, a Nova Zelândia foi prata e a Argentina bronze. No feminino, o ouro foi da Nova Zelândia, a prata da França e o bronze de Fiji.

 

Transmissões ao vivo:

Cazé TV, Globo, SporTV e Globoplay

 

Torneio Feminino

Grupo A: Canadá, China, Fiji e Nova Zelândia

Grupo B: África do Sul, Austrália, Grã-Bretanha e Irlanda

Grupo C: Brasil, França, Estados Unidos e Japão

*Horários de Brasília

Domingo, dia 28/07

10:30 Irlanda x Grã-Bretanha

11:00 Austrália x África do Sul

11:30 EUA x Japão

12:00 França x Brasil

12:30 Fiji x Canadá

13:00 Nova Zelândia x China

14h00 Irlanda x África do Sul

14h30 Austrália x Grã-Bretanha

15h00 Brasil x EUA

15h30 França x Japão

16h00 Fiji x China

16h30 Nova Zelândia x Canadá

 

Segunda, dia 29/07

09h00 Grã-Bretanha x África do Sul

09h30 Austrália x Irlanda

10h00 Brasil x Japão

10h30 França x EUA

11h00 Canadá x China

11h30 Nova Zelândia x Fiji

15h00 Semifinal 9º lugar – 9º geral x 12º geral

15h30 Semifinal 9º lugar – 10º geral x 11º geral

16h00 – Quartas de final – 1º A x 2º melhor 3º

16h30 – Quartas de final – 2º B x 2º C

17h00 – Quartas de final – 1º C x 2º A

17h30 – Quartas de final – 1º B x Melhor 3º

 

Terça, dia 30/07

09h30 – Semifinal de 5º lugar

10h00 – Semifinal de 5º lugar

10h30 – Semifinal Ouro

11h00 – Semifinal Ouro

12h00 – 11º lugar

12h30 – 9º lugar

13h00 – 7º lugar

13h30 – 5º lugar

14h00 – 3º lugar (Bronze)

14h45 – Final (Ouro)

 

 

Torneio Masculino

A: 🇿🇦África do Sul, 🇮🇪Irlanda, 🇯🇵Japão e 🇳🇿Nova Zelândia

B: 🇦🇷Argentina, 🇦🇺Austrália, 🇰🇪Quênia e 🇼🇸Samoa

C: 🇺🇸EUA, 🇫🇯Fiji, 🇫🇷França e 🇺🇾Uruguai

Quarta, dia 24/07

10h30 Austrália x Samoa

11h00 Argentina x Quênia

11h30 França x EUA

12h00 Fiji x Uruguai

12h30 Irlanda x África do Sul

13h00 Nova Zelândia x Japão

14h00 Austrália x Quênia

14h30 Argentina x Samoa

15h00 França x Uruguai

15h30 Fiji x EUA

16h00 Irlanda x Japão

16h30 Nova Zelândia x África do Sul

 

Quinta, dia 25/07

09h00 Samoa x Quênia

09h30 Argentina x Austrália

10h00 EUA x Uruguai

10h30 Fiji x França

11h00 África do Sul x Japão

11h30 Nova Zelândia x Irlanda

15h00 Semifinal 9º lugar – 9º geral x 12º geral

15h30 Semifinal 9º lugar – 10º geral x 11º geral

16h00 – Quartas de final – 1º A x 2º melhor 3º

16h30 – Quartas de final – 2º B x 2º C

17h00 – Quartas de final – 1º C x 2º A

17h30 – Quartas de final – 1º B x Melhor 3º

 

Sábado, dia 27/07

09h30 – Semifinal de 5º lugar

10h00 – Semifinal de 5º lugar

10h30 – Semifinal Ouro

11h00 – Semifinal Ouro

12h00 – 11º lugar

12h30 – 9º lugar

13h00 – 7º lugar

13h30 – 5º lugar

14h00 – 3º lugar (Bronze)

14h45 – Final (Ouro)

 

CONVOCADAS – BRASIL

1 Mariana Nicolau (São José)

2 Luiza Campos (Charrua)

3 Milena Mariano (São José)

4 Gisele Gomes (Leoas de Paraisópolis)

5 Thalia Costa (Delta)

6 Thalita Costa (Delta)

7 Yasmim Soares (Melina)

8 Marina Fioravanti (Poli)

9 Gabriela Lima (El-Shaddai)

10 Raquel Kochhann (Charrua)

11 Bianca Silva (Leoas de Paraisópolis)

12 Marcelle Souza (El-Shaddai)

Reservas:

13 Leila Silva (Leoas de Paraisópolis)

14 Isadora Lopes (Melina)

Comissão técnica:

Will Broderick – Treinador

Dannielle Abreu – Manager

Ismael Arenhardt – Preparador Físico

Nagela Freitas – Fisioterapeuta

Larissa Dourado – Psicóloga

João Luiz “Ige” da Ros – Analista

 

Foto: World Rugby