Superliga Americana de Rugby está confirmada para 2021 com participação de franquia brasileira
Após o cancelamento da Superliga Americana de Rugby (SLAR) em 2020 devido ao surto de Covid, o ano de 2021 já iniciou com a confirmação do torneio para essa temporada. Na primeira semana de janeiro, a Sudamérica Rugby realizou reunião com representantes de seis países para acertar detalhes sobre o funcionamento desta edição. Em 2021, a SLAR será realizada em outros moldes em razão da pandemia e das incertezas sobre os cenários de cada país. O torneio acontecerá entre os dias 16 de março e 15 de maio em duas sedes, uma com os jogos de ida e a outra com jogos de volta, semifinais e final.
Outra novidade é que o argentino Emiliano Bergamaschi, ex-técnico-assistente dos Pumas, será o head coach da franquia brasileira que participará do torneio neste ano e reforçará a equipe técnica comandada por Fernando Portugal. Formado em odontologia e com vasta experiência no rugby, Emiliano foi jogador na cidade de Paraná, na província de Entre Rios, e também no período universitário em Rosário. Durante seis anos, jogou profissionalmente na Inglaterra e na França. Desde 2008 tem se dedicado à função de treinador e chegou a participar da Copa do Mundo de 2015, como técnico-assistente dos Pumas, seleção que figura entre as principais potências do rugby mundial.
“É uma grande honra fazer parte deste projeto junto com a Confederação Brasileira de Rugby. Teremos desafios muito ambiciosos e de grande responsabilidade para continuar no caminho do crescimento e desenvolvimento que o país vem percorrendo ao longo dos anos”, disse o treinador.
Para a CEO da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), Mariana Miné, ter uma franquia brasileira na competição é imprescindível para a escalada do rugby no país ao mais alto patamar da modalidade. “A SLAR terá papel fundamental no crescimento do rugby no Brasil. Os jogadores terão a possibilidade de realizar mais jogos de alto nível e estar cada dia mais preparados para lutar por uma vaga na Copa do Mundo”, explicou.
Visando melhorar o desempenho e aprendizado dos atletas e franquias da SLAR, outra novidade estabelecida na reunião entre os representantes de cada franquia foi o draft de jogadores provenientes do alto rendimento da Unión Argentina de Rugby (UAR). Cada equipe poderá selecionar um número de atletas que possa reforçar seu elenco e tornar os jogos mais competitivos e equilibrados. Serão quatro os jogadores que se juntarão ao plantel da franquia brasileira para a disputa da competição: Franco Giudice (abertura), Manuel Bernstein (terceira linha), Marco de Sanctis (fullback) e Santiago Grippo (primeira linha).
Seis equipes participarão do torneio: Selknam, do Chile, Cafeteros Pro, da Colômbia, Olímpia Lions, do Paraguai, Peñarol, do Uruguai, uma franquia argentina e a franquia brasileira. Os nomes das duas últimas equipes ainda não foram definidos. No Brasil, as negociações seguem em andamento.
Principal torneio sul-americano de franquias
A Superliga Americana de Rugby é o principal campeonato de franquias da Sudamérica Rugby. Nasceu com o desejo em manter seus principais atletas na região, fazendo-os jogar e se desenvolver no mais alto nível de competição. A história começa em 2018, quando a Sudamérica Rugby fez um estudo sobre como conectar os países da região para desenvolver o rugby. Foi constatada que a criação de um novo campeonato de clubes seria a melhor forma de motivar, inspirar e dar oportunidade a jogadores, treinadores e dirigentes de viverem o sonho do rugby sem migrar para outras regiões.
A iniciativa também faz com que mais crianças e jovens enxerguem o rugby como uma possibilidade mais tangível de viver do esporte. Além disso, a intenção é promover o rugby como uma linguagem universal na região, sem barreiras idiomáticas ou culturais de cada um de seus membros.
Foi desse pensamento que surgiu a SLAR, um torneio com franquias regionais envolvendo inicialmente as seis principais uniões da Sudamérica Rugby: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai. Para que o torneio se tornasse realidade, a Sudamérica estimulou seus membros a criar seus próprios sistemas de alto rendimento
para detectar e desenvolver talentos. Aqueles países que já tinham o sistema receberam apoio para continuar e os que não tinham tiveram todo o suporte para a criação. A ideia não é ter apenas um país se desenvolvendo, mas todos rumando e evoluindo para um mesmo lugar.
O reflexo de tudo isso será visto a longo prazo com maior competitividade entre países da região e maior poder de enfrentamento contra seleções de outros continentes em torneios mundiais. Além de criar um próprio ecossistema do rugby com a inspiração para novos atletas, condição de praticar a modalidade em alto nível e depois devolver todo o aprendizado e experiência para seus clubes de origem, completando o ciclo.
Foto: Selknam (Chile) x Peñarol (Uruguai) no SLAR 2020 (Eitan Abramovich / Gaspafotos / SLAR)