Dieta leve e menor porção ajudam preparação dos atletas nesta fase de confinamento
Como o isolamento social limita a mobilidade e reduz a perda calórica, a nutricionista da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), Aline Tritto, recomenda aos atletas uma dieta leve e em menor quantidade. Em bate-papo com a atacante da Seleção Brasileira de Sevens Isadora “Izzy” Cerrullo, em mais uma live realizada no Instagram da entidade (@brasilrugby), a nutricionista alerta que em tempos de quarentena
os atletas de rugby com tendência a perder peso e massa muscular – o caso de Izzy – devem continuar usando os suplementos alimentares, que podem ser suspendidos por aqueles propensos a engordar.
“Existem muitas opções de suplementação, mas só uma pequena parte funciona de fato para os atletas de alto rendimento. Somente prescrevo os que fazem a reposição de proteína, carboidrato, sais minerais e vitaminas e os que ajudam no ganho de massa muscular, como a creatina”, orienta Aline, que desde 2014 cuida da preparação de cerca de 75 atletas das Seleções Brasileiras de Rugby.
A especialista passou uma série de dicas importantes para quem está confinado e necessita manter a boa performance física, além de ter que gerenciar melhor a rotina de casa: ir ao supermercado uma vez por semana; comprar frutas mais maduras e também verdes para consumo em médio prazo; evitar desperdícios e reaproveitar os alimentos; congelar parte dos alimentos/refeições para variar o cardápio; congelar frutas, verduras e legumes para uso posterior sem o risco de estragarem; e usar alimentos de sabor neutro como tomate, abobrinha e chuchu em pratos variados, dando o “colorido” da refeição que toda alimentação balanceada deve ter.
Para driblar a ansiedade e a vontade de “beliscar” ao longo do dia, usar fruteiras com opções fáceis de comer, deixar comidas leves mais visíveis na geladeira, evitar excessos com café, chás escuros, chocolate, refrigerante e pimentas, e não esquecer nunca que a hidratação correta é necessária, seja no calor ou no frio, para a boa digestão e absorção dos nutrientes, o condicionamento físico e a manutenção do peso. Além disso, para ajudar a acalmar, os chás de camomila, cidreira e maracujá são boas opções.
Atenção máxima também para a higiene com os produtos e as embalagens. As frutas devem ser lavadas com detergente, água sanitária ou hipoclorito (ambos em proporção pequena e dissolvidos em água) e deve-se evitar comprar alimentos cortados, comuns em supermercados, “pois não temos como assegurar a higiene desse manuseio”, adverte.
Segundo Aline, a dieta do atleta de rugby é bem específica por ser um esporte de contato que gera muito gasto calórico. Embora a proporção de macronutrientes por quilograma de peso deva ser mantida, ela recomenda trocar as sete porções usuais para quatro ou cinco no máximo.
“Antes do treino, sempre consumir carboidrato como fruta, sanduíche e tapioca. No pós-treino, a recuperação muscular exige fontes de proteína como omelete, leite, iogurte, ovo e suplementação. Os lanches da tarde devem ser leves e de preferência integrais. Frutas, patês, requeijão light, ricota, sorvete de fruta congelada, baunilha, farinha integral em bolos e quiches são bem-vindos”, indica.
Para atletas vegetarianos, a carne pode ser substituída tranquilamente por soja, grão de bico, lentilha, ervilha e outros grãos, inclusive as alternativas não-transgênicas.
Ciente do desafio que será disputar os Jogos de Tóquio, Izzy deixou uma dica bem-humorada para as colegas da Seleção Brasileira de Sevens: “Cada vez que abrir a geladeira, toma um copo de água e faz dez flexões”.
O bate-papo no Instagram @brasilrugby desta de terça-feira (7), às 15h, será com o preparador físico das Seleções Masculinas, Maurício Ramos, e o atleta da Seleção Brasileira de Rugby XV, Cléber Dias, conhecido como Gelado. O tema da conversa é sobre Preparação Física para atletas de Rugby no Alto Rendimento e Amador.
Foto: World Rugby