Bolsa Michel Etlin contempla jovens talentos do rugby brasileiro para intercâmbio na África do Sul

Três jovens talentos do rugby brasileiro desembarcaram na África do Sul para intercâmbio de cinco meses nos quais estudarão inglês e se desenvolverão no esporte

 

A África do Sul é a atual campeã da Copa do Mundo de Rugby, liderando o ranking histórico da competição com três conquistas. Com tanta história no esporte, estudar no país é uma oportunidade cobiçada por jogadores de rugby do mundo inteiro. Com o intuito de seguir estimulando o desenvolvimento de jovens talentos para o rugby, a Bolsa Michel Etlin entra em nova fase neste ano, contemplando três jogadores para passarem cinco meses no exterior, estudando inglês e treinando rugby em alto nível. O destino escolhido foi a Stellenbosch Academy of Sport, parceira da South Africa Rugby (a federação sul-africana) e referência mundial em rugby, localizada numa das cidades mais tradicionais para o esporte no país, Stellenbosch.

Atletas da Seleção Brasileira Juvenil e das Seleções Paulistas, João Amaral, de 18 anos, Luiz Felizardo Taleriga e Gustavo Sirino, ambos de 19 anos, foram os contemplados deste ano e já embarcaram para a África do Sul. “Conhecer o rugby fora do meu país sempre foi meu sonho e é uma das minhas metas pessoais. Tenho certeza que vou aproveitar ao máximo e poder ajudar o meu esporte”, comentou João Amaral, atleta do SPAC, de São Paulo, que já teve no ano passado sua primeira experiência com os Tupis, a seleção brasileira adulta.

Também da capital paulista, mas da Poli Rugby, com origem no Rio Branco Rugby Clube, Luiz Felizardo Taleriga pensa da mesma forma. “Significa uma chance de crescer na vida e em minha carreira como atleta. Confiaram uma das bolsas a mim e eu irei aproveita- lá ao máximo”. Já Gustavo Sirino vem do Litoral Norte Paulista, do Ilhabela Rugby Clube. “Estou realizando um sonho de poder jogar fora e evoluir meu rugby cada vez mais para somar a meu clube e à seleção”, afirmou o atleta caiçara.

A bolsa de estudos homenageia o empresário Michel Etlin, falecido em 2021 e pai de Jean-Marc Etlin, um dos mantenedores da bolsa e ex-membro do Conselho de Administração da entidade.

“O rugby foi um componente fundamental da formação pessoal minha e do meu irmão Patrice. Incentivados por nosso pai, nos desenvolvemos no esporte e queremos levar isso adiante e oferecer oportunidades junto ao rugby a jovens comprometidos com a modalidade. Conseguimos juntar mais apaixonados na mesma missão e com os mesmos valores e, felizmente, a bolsa está construindo uma história inspiradora”, comentou Jean-Marc Etlin, que também é um dos idealizadores da Confederação Brasileira de Rugby e jogador da Seleção Brasileira nos anos 80. A bolsa é oferecida anualmente e financiada por um grupo de ex jogadores, entusiastas da modalidade. Além de Jean Marc Etlin, compõem o grupo de mantenedores Eduardo Mufarej, Patrice Etlin e Roberto Germanos.

O processo seletivo avalia, além do rendimento e qualidade em campo, o potencial do atleta de deixar legado às seleções nacionais e ao rugby brasileiro de clubes, o bom desempenho desses atletas nos estudos, avaliação de familiares, questões psicológicas, entre outros quesitos.

Neste ano, uma das iniciativas da bolsa foi a aproximação dos calouros com os veteranos da bolsa, criando laços entre todos aqueles que já vivenciaram a experiência de se desenvolverem no rugby do exterior. Um dos veteranos, Victor Guilherme “Feijão” Silva, hoje nos Tupis, foi nomeado como o padrinho para Amaral, Taleriga e Sirino. “Tenho certeza que a Bolsa Michel Etlin me fez uma pessoa melhor e agregou muito ao meu conhecimento do esporte, dentro e fora de campo. Ir para um país que é uma potência no esporte muda a vida e espero que eles voltem depois ao país ainda melhores, física, técnica e espiritualmente”, comentou Feijão, que também defende os Cobras, a franquia brasileira que disputa o Super Rugby Américas, a liga profissional do continente.

“Fico muito feliz com a nomeação como padrinho. Outros jogadores poderiam ter sido escolhidos e agradeço demais a confiança. O que digo a todos sobre a Bolsa Michel Etlin é que temos que dar tempo ao tempo, porque ela é de grande importância para o desenvolvimento a longo prazo dos atletas. Eu consegui meu espaço nos Cobras e na seleção com o tempo. Fui para a Nova Zelândia aos 18 anos e tenho hoje 25 anos, entrando no meu melhor momento. Lembro sempre aos calouros que eles têm a responsabilidade de representarem a todos os demais juvenis que estão aqui treinando. Representem bem que as oportunidades vão chegar para ainda mais jovens no futuro”, concluiu Feijão.