Informações complementares sobre ausência dos Tupis Sevens na disputa do Pré-Olímpico

A CBRU ressalta que não foi uma decisão fácil optar pela não-participação dos Tupis na disputa do Pré-Olímpico de sevens. Nosso objetivo é sempre batalhar para entrar em campo, ainda mais em um torneio dessa importância. Vale salientar que a decisão foi tomada coletivamente, após diversas reuniões internas, discussão com o Comitê de Alto Rendimento e a aprovação final do Conselho de Administração. A comunicação desta decisão ocorreu após esgotarmos todas as hipóteses para viabilizar a participação do Brasil.

Foram construídos diferentes planos desde meados do ano passado para a formação de uma equipe. Planos que consideravam atletas do sistema de alto rendimento do XV, atletas das categorias de base M20 e atletas de fora do sistema. Todas as possibilidades foram se esgotando com o agravamento da COVID de fevereiro em diante e por isso foram levados em consideração os pareceres técnicos da área médica da CBRu que detalhavam os riscos sanitários.

A participação de atletas do XV masculino no Pré-Olímpico tornou-se inviável com a necessidade, por reforço dos protocolos sanitários, de um período de isolamento précompetição (7 dias) e pós-competição (7 dias). No total, a liberação dos atletas aconteceria somente no dia 27 de junho, um dia após a partida contra o Paraguai pelas Eliminatórias.

Como todos sabem, a seleção masculina vem trabalhando duro para conquistar uma vaga na próxima Copa do Mundo de XV e, nesse contexto, abdicar de atletas do XV masculino em missões coincidentes não seria uma opção.

A outra alternativa foi a de selecionar um grupo de atletas que não fazem parte do alto rendimento e que estão sem atividade regular há mais de um ano. Para que todos pudessem participar com segurança de uma competição de alto nível e alta exigência física, seria necessária uma preparação bem estruturada com um período condizente de treinamentos voltados ao sevens.

Com o agravamento da pandemia e a piora simultânea de diversos indicadores (número de casos e óbitos, por exemplo), o protocolo médico ficou cada vez mais restritivo. Seria inviável que os atletas participassem de um camp, retornassem para suas atividades normais e novamente se reunissem nos camps. A situação exigiria meses de isolamento de pessoas que não atuam como atletas profissionais. E, mesmo que isso fosse possível, havia a falta de espaço físico e estrutura adequada para os treinos.

O próprio grupo de alto rendimento da CBRu precisou adaptar sua rotina de trabalho por conta das restrições de tempo e estrutura dos equipamentos esportivos. Tanto as Yaras quanto os Tupis enfrentam desafios para se preparar da melhor maneira possível. Não seria possível oferecer aos atletas da missão de sevens masculino as nossas estruturas de treino no NAR e CT de São José.

Sem poder garantir um grupo de atletas em condições de competir e uma estrutura ideal de treinos, fomos alertados pela equipe médica sobre riscos de lesões. Os atletas estavam sem disputas oficiais por conta da pandemia, sem rotina de jogos há mais de um ano e a recomendação médica pedia aumento das semanas programadas de treino pré-torneio, com impacto direto no orçamento que havia sido previsto.

Neste momento precisamos fazer escolhas duras. Temos duas prioridades claras para o alto rendimento em 2021: a participação da seleção feminina de sevens nas Olimpíadas e da seleção masculina de XV no classificatório para a Copa do Mundo de 2023.

Não participar de uma repescagem olímpica é uma decisão muito difícil, mas tomamos com responsabilidade e consciência. Além do alto rendimento, a CBRU tem
compromissos assumidos com outras áreas, como o desenvolvimento e competições nacionais.

Preferimos não colocar em risco atletas com poucas condições de preparação para uma competição de tamanha exigência. Em uma disputa que seria muito difícil com outras 10 seleções (Chile, França, Hong Kong, Irlanda, Jamaica, México, Samoa, Tonga, Uganda e Zimbábue), que no torneio estarão com seus times principais de sevens.

Queremos por fim deixar claro que esta decisão foi compartilhada e apoiada por todas as outras entidades envolvidas (COB, Sudamérica Rugby e World Rugby) e que a substituição do Brasil por outra seleção da América do Sul não é uma possibilidade.