Fale com o CEO – Edição nº1

Prezados fãs do Rugby Brasileiro,

É um prazer iniciar a prática da coluna mensal no nosso novo Portal de Governança.

Através desta coluna esperamos poder responder as dúvidas mais frequentes que cheguem via o canal “Fale com o CEO”, além de explicar as iniciativas da CBRu, comentar notícias do Rugby Brasileiro, compartilhar o nosso planejamento de longo prazo, dentre outras coisas.

Nesta primeira edição vamos abordar um assunto que é amplamente mencionado pela comunidade nas mídias sócias e que a CBRu segue muito de perto nos diferentes canais de comunicação: “investimento no Alto Rendimento vs. Investimento no Desenvolvimento (na Base)”.

A situação atual de crescimento da exposição do Alto Rendimento, com jogos das nossas seleções nacionais em grandes estádios, transmissão em TV aberta, contratação de técnicos, dentre outros pontos, têm dado espaço para muitas perguntas sobre a razão de estamos investimento no Alto Rendimento e aparentemente não no Desenvolvimento, bem como o que está se fazendo nas categorias de base atualmente.

A estratégia da CBRu no que cabe ao investimento dos recursos entre o Alto Rendimento e o Desenvolvimento é que as duas frentes caminham juntas. Não é uma coisa ou a outra, eles não são excludentes, todavia, é fundamental esclarecer que a maioria dos recursos disponibilizados pelo Ministério do Esporte e pelo Comitê Olímpico do Brasil, além de patrocinadores, destina-se ao Alto Rendimento. Dessa forma, a CBRu trabalha e investe nas duas áreas em simultâneo, cada uma com seu planejamento de longo prazo, seus objetivos a serem atingidos e seus responsáveis.

O investimento em Alto Rendimento tem dois grandes objetivos principais e um objetivo secundário: Aumentar o desempenho das nossas seleções nacionais, para atingir os objetivos estratégicos de classificar para a RWC 2023, ser competitivos em Tóquio 2020 (7s) e classificar para o JWT 2020; Aumentar as receitas da CBRu, através dos nossos principais produtos (patrocínio de seleções nacionais e eventos de grande porte) – vale ressaltar que estes “recursos livres” serão reinvestidos nas bases, torneios nacionais e capacitações; e, em um segundo momento, aumentar a captação de torcedores, fãs e jogadores masculinos e femininos de rugby, através de uma maior visibilidade das nossas seleções nacionais de XV e de 7s, e de melhores resultados no Alto Rendimento.

Ou seja, o investimento em Alto Rendimento faz-se necessário para podermos captar recursos que depois gerarão “recursos livres” que serão reinvestidos nas outras áreas e para o crescimento da base do esporte. Parte do motivo disto é que o principal produto de qualquer confederação são suas Seleções Nacionais: é o produto que gera mais exposição na mídia e a mais visada pelos patrocinadores.

O investimento que fazemos no Desenvolvimento e na Base visa três principais objetivos: Aumentar a qualidade e quantidade de torneios nacionais e/ou jogos nos torneios nacionais para todas as categorias; Criar uma base sólida de rugby infanto-juvenil através do Rugby Escolar; Criar um grupo de técnicos capacitados que garantam a correta formação e desenvolvimento dos nossos jogadores através das categorias.

Hoje, já temos inserido o Rugby Escolar em 10 cidades do Rio Grande do Sul e 20 municípios em São Paulo, além de competições exclusivas de base, como a Copa Cultura Inglesa, apoiamos projetos internacionais, como o Get Into Rugby, desenhamos projetos de impacto escolar, como o Impact Beyond (que apresentou o Rugby para 2.000 escolas no Rio de Janeiro, das quais mais de 10% adotou o rugby como prática recorrente), e contamos com uma equipe de desenvolvimento que oferece o rugby aos municípios e treina profissionais locais, para que eles espalhem a modalidade na sua cidade.

Nos próximos meses devemos mais ter novidades nesse campo. Podemos adiantar três notícias:

  • O Rugby Escolar acabou de ser aceito pela Secretaria de Educação e Esporte de Paraná e do Rio Grande do Sul. Iniciaremos as capacitações dos professores dos estados neste mês de setembro. Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro estão analisando a nossa proposta. Cada escola com rugby terá acesso a nossa ferramenta de Educação a Distância e receberá a visita do nosso responsável regional de Desenvolvimento, para monitorar o avanço dos treinamentos. O próximo passo será trabalhar na conexão das escolas com rugby com os clubes mais próximos a elas.
  • Enviamos um projeto de Lei de Incentivo ao Esporte – LIE para o Ministério de Esporte que visa implementar um torneio juvenil M15 e M17 em cada uma das 6 Federações filiadas à CBRu, impactando 12 clubes de cada categoria e fornecendo 8 a 10 jogos para até 58 clubes. Esperamos, com isto, melhorar as ferramentas de captação de jogadores juvenis dos clubes, que agora poderão oferecer mais jogos para suas categorias de base.
  • Já temos um projeto aprovado de Lei de Incentivo ao Esporte –LIE, que se encontra em fase avançada de captação, que visa atender no mínimo 5.000 crianças e adolescentes de 6 a 19 anos, obrigatoriamente matriculadas na rede nacional de ensino. Serão 27 cidades atendidas diretamente e os seus respectivos municípios vizinhos, atingindo assim o número mínimo estimado de 500 cidades. Em cada cidade polo, principal cidade da região, atingiremos o número mínimo de 20 escolas, para então propiciar a capacitação de educadores que possam iniciar o desenvolvimento do Rugby com os alunos matriculados na rede de ensino local. Além da capacitação de profissionais em temas eminentemente ligados ao Rugby como; Treinamento Técnico/Tático, Arbitragem, Rugby infantil, Primeiros Socorros e Gestão Esportiva direcionada ao Rugby, também realizaremos 6 festivais que, em conjunto com os governos municipais, promovam a integração entre a comunidade local e os educadores em capacitação. Cada festival poderá contar com até 300 crianças e adolescentes perfazendo um total de 1800 beneficiários

Esperamos, com este texto inicial, ter esclarecido um pouco a importância de trabalhar tanto no Alto Rendimento quanto no Desenvolvimento. Ambos se retroalimentam. Sem um, o outro não existe.

Para saber mais sobre nossos resultados do ciclo 2010-2016, ou para conhecer nosso planejamento atual para o ciclo 2017-2023, por favor entrem no menu de “Governança” da nossa página web para ter acesso aos documentos.

Adicionalmente, convidamos a comunidade a escrever suas dúvidas no canal “Fale com o CEO” e, desde já, agendar nos seus calendários o próximo “Facebook Live” onde responderei perguntas ao vivo.

Atenciosamente,

Agustin Danza

CEO
Confederação Brasileira de Rugby