Psicólogo do esporte ensina como buscar o equilíbrio nesta quarentena
“Precisamos nos manter ativos e buscar novas fontes de gratificação”, recomendou o psicólogo do esporte Eduardo Cillo, sobre como melhor encarar esse isolamento social. O tom encorajador marcou sua conversacom a assistente social da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) Silvia Pires sobre saúde mental na quarentena, em mais uma live promovida pela entidade em seu Instagram (@brasilrugby)..
Segundo o profissional, nesta fase de isolamento social, encontrar atividades que dão prazer é a melhor opção para cuidar da parte emocional e equilibrar o mental. “Pensando um pouco no livro O Alienista, de Machado de Assis, saúde mental é se adaptar, é ter o mínimo de equilíbrio e felicidade para alcançar os principais objetivos pessoais e coletivos. Se pudesse definir, equilíbrio é a palavra correta”, disse.
Com o calendário prejudicado por conta da Covid-19, todo jogadores das Seleções Brasileira de Rugbytiveram que readequar a preparação física e consequentemente a psicológica. Para o psicólogo, a reorganização da rotina é necessária para evitar frustrações maiores.
“É frustrante para algumas pessoas que estavam ligadas no modo competição. Mas infelizmente não é escolha, tem que administrar a frustração, falar sobre ela, para poder digerir. Recomendo diminuir a lista de atividades diárias e focar em fazer algo bem feito. A concentração na qualidade ajuda na autoestima e no alcance dos resultados”, orientou.
Sem poder treinar, os atletas estão mantendo a forma em casa com a ajuda de profissionais. Durante a conversa, Silvia Pires questionou o psicólogo sobre como o atleta de alto rendimento podeconciliar alimentação e ansiedade nesse longo período de quarentena.
“A resposta é a fonte de gratificação. O atleta ou qualquer pessoa não pode ficar ocioso em casa e descontando tudo apenas na comida. É necessário encontrar outras atividades que recompensem e façam bem para o corpo e a saúde. O excesso não pode virar rotina e o ganho de peso pode virar frustação no período pós-quarentena. Neste novo processo de aprendizado, a fonte de gratificação é a maior descoberta para uma boa saúde mental”, explicou. Sobre a insônia, ele complementou: “É normal ter. Não consegue dormir, não vai brigar com o sono. Precisamos ter paciência e aceitação consigo mesmo e com o novo momento”.
Embora não seja fácil identificar quais os sinais mentais precisamos ficar atentos para manter o equilíbrio, o profissional deu algumas dicas: “Oscilação de humor e picos de ansiedade são comuns no dia a dia, mas é preciso tomar cuidado com a quantidade de repetições. Caso essas oscilações estejam constantes, é necessário procurar ajuda. O mais problemático para saúde mental é negar ajuda. Precisamos desacelerar e viver um dia de cada vez. O melhor nesse momento é buscar se autoconhecer”.
Foto: Fotojump